A Fortaleza de São João Batista da Foz e as surpreendentes ruínas de uma igreja.

 

Quem se estende até o mar assim como o rio Douro a partir do Centro Histórico do Porto, vai encontrar uma região também encantadora chamada Foz, é ali que o rio se encontra  com o oceano.

É um cenário lindo, sem a grande agitação turística do centro mas com muitas coisas para visitar como pode ler em: O que fazer na Foz do Douro.

Mas mesmo os mais exploradores, ao passear pela Foz, não sabem que durante a semana, a Fortaleza de São João Batista, uma estrutura defensiva que fica bem em frente ao encontro das águas do rio e do mar pode ser visitada, é gratuito e esconde as ruínas de uma igreja do séc. XVI.

Trata-se da antiga Igreja de São João da Foz  que desde o séc. XVIII passou para outro local, próximo ao Jardim do Passeio Alegre,  mas que entre meados de 1500 e 1600, era ali que ela existia.

E o mais incrível,  ainda podemos ver do lado de fora a sua abóboda e no seu interior, as suas ruínas.

 Desde o séc. XII as terras onde hoje conhecemos  como a Foz do Douro pertencia ao mosteiro beneditino de Santo Tirso que fica a aproximadamente 30 kms e em 1527 passa a ter como um grande "benfeitor" o Bispo de Viseu D. Miguel da Silva, recém regressado de Roma onde tinha muito prestígio.

Veio acompanhado do arquiteto italiano  Francesco de Cremona, que construiu naquela região o farol/capela  de São Miguel-o-Anjo, o paço do próprio D. Miguel da Silva, e a Igreja de São João da Foz. Que podem ser consideradas as primeiras edificações renascentistas do Norte de Portugal.

A metade do séc. XVII foi marcada por riscos sucessivos de invasões, nomeadamente espanholas e ataques corsários e por isso era preciso fortalecer a  barra do rio Douro, e por isso,  foi mandada então destruir a igreja para a construção daquela grande fortaleza militar, que nos séculos seguintes  foi utilizada durante as invasões francesas e a guerra civil, o Cerco do Porto. 

Muitas das pedras da igreja foram usadas nas novas paredes do Forte de São João Batista, mas enquanto a nova igreja não estava concluída, os soldados ainda a utilizavam para seus cultos religiosos, até que em 1756 foram proibidas as missas no seu interior e estas passam a ser rezadas apenas na nova Igreja de São João da Foz a poucos passos dali. 

Leia mais em : a Igreja de São João da Foz   

O mais impressionante é que ao entrarmos no Forte de São João Batista da Foz, nos deparamos com a nave central da igreja do século XVI, assim como o altar-mor e muitos vestígios daquela construção.

Impossível não se impressionar com estes vestígios de meados de 1.500!

Os vestígios mais impressionantes são as aberturas em toda a volta do que seria aquela igreja. Tratam-se de janelas em  formato de tabula ansata, muito comum na arquitetura e decoração romana. 

Para além destas ruínas, é possível visitar o interior da fortaleza e conhecer uma das muitas construções militares de defesa da costa portuguesa. Esta com a particularidade de nos proporcionar o belo encontro das águas do rio Douro com o mar.

Para além do Centro Histórico do Porto, há muito para conhecer. E para além das paredes da Fortaleza de São João Batista da Foz... também. 

Fica o convite para entrar e se impressionar com a estrutura militar defensiva e as ruínas de uma igreja do séc. XVI.

Fortaleza de São João Batista da Foz

Foz do Douro

De Segunda à Sexta-Feira das 9 às 17h

Faz parte do meu Passeio Guiado pela região da Foz - Passeios com Sotaque Brasileiro