A tradição das conservas portuguesas. Nas Conservas Portugal Norte.

Já há muito tempo que elas existem em Portugal. No início do séc. XX, as indústrias portuguesas de conservas eram das mais fortes no país, principalmente em Matosinhos,  mesmo aqui ao lado do Porto.
Lugar de mar e de pesca, aquela região passou a ser o pólo mais representativo no mercado piscatório, e as indústrias de conservas concentravam-se todas por lá. Num total de mais de 150 indústrias de conservas no país,  mais de 70 estavam sediadas em Matosinhos.
Desde que o francês Nicolas Apert em 1804, descobriu o princípio da conservação pelo calor em recipientes hermeticamente fechados, a industria das conservas nunca mais parou.
E a maravilhosa costa portuguesas e seus peixes sempre colocaram Portugal no topo neste quesito.
As conservas portuguesas estão entre os 3 primeiros produtos agricola-alimentar mais exportados para o mundo... incrível!

E tive a oportunidade, ou melhor o privilégio de conhecer todo o processo de uma indústria conserveira, bem aqui ao lado. Em Matosinhos.

A fábrica de Conservas Portugal Norte abriu as suas portas e a sua amabilidade para mostrar-me todos os cantinhos e todo o processo que se mantém quase que totalmente artesanal, porque é aí que a qualidade faz a diferença. No processo artesanal...

As mãos das quase 70 mulheres que trabalham para manter a qualidade
Como todas as indústrias centenárias, a Conservas Portugal Norte, apresenta-se carregada de história.
Uma história com sotaque brasileiro.
Sim, quem está a frente da empresa hoje em dia é um casal luso-brasileiro com muito orgulho!
A Marilúcia e o Elvécio Souza, estão à frente da empresa há quase 30 anos.
História que começou com o pai da Marilúcia, natural de Matosinhos, ligado à pesca desde sempre mas que emigrou para o Brasil muito jovem. Lá fez a vida em outras áreas, mas... o bichinho da pesca e dos pescados nunca lhe saiu das veias. voltou para Portugal e voltou diretamente para as conserveiras. Entre a compra de indústrias, idas entre Matosinhos e Figueira da Foz, onde esta indústria também é muito representativa, acabou por comprar a Conservas Portugal Norte, que iniciou suas atividades em 1912 como a fachada até hoje nos indica...


Hoje, a empresa é gerida pela filha e o genro  que além de exportarem para aproximadamente 30 países, seguem o desafio de estarem sempre inovando e atraindo novos mercados, inclusive dentro do próprio país. Uma vez, que desde o início esta é uma indústria que esteve sempre voltada para a exportação.
Hoje em dia, isto está mudando e os portugueses, com a utilização das conservas gourmets por chefs renomados e em muitos eventos, já consomem mais este produto... tão português.

Mas voltando à  minha visita, a melhor notícia é que todos vão poder visitar a fábrica da Conservas Portugal Norte. Hoje muitas escolas vão até lá para conhecer todo o processo das conservas, mas em breve, os turistas também vão poder andar por entre os pescados e as latas desta conserveira que tem orgulho em mostrar o seu trabalho.

Tudo começa com a colocação dos equipamentos necessários para visitar uma empresa alimentícia.
Não fiquei nada bonita para a fotografia... mas quem se importa?


Quem conhece a minha trajetória sabe o quanto eu adoro conhecer como as coisas são feitas.
As minhas aventuras no Turismo Industrial já passaram por conhecer todo o processo da cortiça até virar rolha ( AQUI), saber como se fazem os barris e toneis para armazenar o vinho (AQUI) , aprender a fazer o famoso queijo da Serra (AQUI), conhecer sobre o mundo dos chapéus (AQUI) e muito mais.

Mas na semana passada encantei-me com mais uma industria portuguesa. A das conservas...



As sardinhas são o carro chefe, mas o atum, a cavala, o bacalhau, adicionados aos molhos especialmente preparados lá mesmo, também agradam cada vez mais os consumidores.

Tudo é feito de maneira artesanal e natural. A grande preocupação é a qualidade...


É  incrível acompanhar aquelas mãos a trabalhar sem parar. Escolhendo muito bem os peixes, fazendo os cortes perfeitos...







Engana-se quem pensa que os patês são feitos das partes menos boas dos pescados. Aqui a qualidade continua e passa pela aprovação das mãos de quem trabalha há anos com estes produtos...




temperos e molhos sem conservantes são adicionados aos produtos antes de serem cravados (fechados)

As embalagens são cada vez mais, uma atração à parte quando falamos das conservas portuguesas.
Aqui, uma das marcas da Conservas Portugal Norte, a Briosa, dedicada ao gourmet, recebe uma roupagem especial...


São cada vez mais compradas pelos turistas.

Mas as outras marcada da empresa, como a tradicional Porthos, a Oceano, a Inês e a Conserveira, não ficam para trás...




São embalagens em muitos idiomas prontas para ir de Matosinhos para o mundo...



A partir daí a visita entra para o mundo das provas e da loja que é aberta ao público e onde toda a gama dos produtos está lá para venda direta...








muitas delícias! difícil de escolher!



As minhas tem sido ótimas companhias para um fim de tarde...



Se gosta de saber mais sobre este produto tão português e tão tradicional, vale muito a pena a ida até Matosinhos conhecer a Conservas Portugal Norte.
A perfeita representação da força do trabalho das gentes do Norte de Portugal.
Histórias que encantam!

Conservas Portugal Norte
Rua Sousa Aroso, 620
Matosinhos

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