peregrina de Santiago acenando em cima da ponte de ferro entre Portugal e Espanha

No nosso 7º dia de caminhada  rumo à Santiago de Compostela  fizemos uma etapa que foi uma espécie de "férias".
Sim! Escolhemos este dia para andar bem menos do que os dias anteriores,  para desestressar um bocado o corpo e a mente.
Seriam apenas 7 kms até Tui... muito pouco comparado à média de 18/20 kms por dia que estavamos habituadas a fazer e a pensar na grande pressão psicológica das últimas etapas antes de chegar, foi bom fazer um dia sem pressa e sem cansaço excessivo.

Sabendo disso,  aproveitamos os primeiros momentos do dia para  conhecer boa parte da  Fortaleza de Valença.

É hora de atravessar a ponte metálica sobre o rio Minho que separa Portugal da Espanha...

placa de sinalização de Portugal na fronteira coma Espanha

desenho de 2 solados de botas e duas setas indicando PT e ES

peregrina de Santiago atravessando a ponte de ferro entre Portugal e Espanha


Aproveitamos este dia para conversarmos bastante sobre o que viria pela frente. Tínhamos que ter consciência que estavamos em outro país, com outros hábitos, outro tipo de comida, e o Caminho, passa a ser o Camino...

placa indical o Camino de Santiago, Itinerário cultural


Começamos logo a ver as casas de pedras típicas da Galiza. 
E depois da primeira subida do dia chegamos à belíssima Catedral de Tui, uma construção românica do sec. XII com a portada gótica construída no séc. XIII. Vale a pena visitar sem pressa, apreciar cada pormenor deste patrimonio histórico tão significativo, ao som de uma música muito especial a tocar enquanto circulamos por lá. 

Casa de pedras de granito com varanda e vasinhos de flor



pórtico gótico da Catedral de Tui

interior da Catedral de Tui


Ali conseguimos o nosso primeiro carimbo espanhol na Credencial do Peregrino...

uma mão carimbando a credencial de peregrino de Santiago e um chapéu


Como o dia hoje era mesmo para aproveitar, foi em frente à Catedral, num café gerido por um português e na companhia do casal de peregrinos alemães que  aprendemos a chamá-los de amigos desde a 4ª etapa em Balugães, fomos às primeiras tapas...

uma garrafa de coca cola e uma de cerveja. um pratinho com azeitonas e um prato com tapas espanholas


Recomendo imenso que façam o que fizemos nesta etapa... descansar. Conviver ainda mais com os peregrinos, andar pouco. Escolha um dia para isso e faça!

E assim seguimos no charmoso Centro Histórico de Tui, até deixarmos a Catedral para trás, lá ao alto e adentramos mais uma vez pelos caminhos rurais.

peregrina de Santiago andando numa ruela com casas de pedra ao redor

peregrino de Santiago em relevo num bloco de pedra de granito

Catedral de Tui

peregrino de Santiago representado numa escultura de pedra


um marco de pedra representando a Via Romana XIX

Mais uns 2 kms  numa estrada nacional e lá estava o Hotel Alfonso I à nossa espera...
Nada como ter quase o dia todo para descansar e recuperar todas a energias para os 100 kms que ainda nos faltava percorrer até chegar a Santiago...
Para além de empresas e eventos, o excelente e confortável Hotel Alfonso I recebe inúmeros peregrinos, o ano todo.

2 peregrinos de Santiago chegando na porta de um hotel e de uma cafetaria

uma mochila de peregrino de Santiago encostada numa cama de hotel

flyers do hotel Alfonso I bastões de peregrino e chapéu

peça de cerâmica representando um peregrino de Santiago

Como fica a dois kms do percurso do Caminho de Santiago, existe um carro de apoio que pode recolher os peregrinos e no dia seguinte deixá-los no mesmo ponto para poder continuar os seus kms do Caminho.

e mochilas de peregrinos de Santiago no bagageiro de um carro


Esta é a rotina da simpática Esther Mira do Hotel Alfonso I. Muito atenciosa com todos os peregrinos!

peregrinos de Santiago e o carro de apoio de peregrinos do hotel Alfonso

Depois de mais uma difícil despedida, uma vez que a Esther Mira é mais uma daquelas pessoas encantadoras que conhecemos no Caminho, seguimos. E logo,  o Caminho na Galiza, se mostra encantador também.

fonte com indicação de água potável e seta amarela do Caminho de Santiago

pedras no estilo de uma estrada romana no meio de uma vegetação

escadaria com a imagem da Catedral de Santiago num banner


Até que descobrimos que é preciso tomar cuidado logo a seguir a esta parede com imagens que nos lembram o nosso destino:  Catedral de Santiago de Compostela.

Dica desta etapa:
A partir daqui tome muito cuidado com as alterações feitas nos sinais que indicam o Caminho de Santiago, porque antes da Zona Industrial de o Poriño,  deve-se entrar à esquerda e seguir por um caminho rural. Mas alguns empresários próximos desta Zona Industrial alteram os sentidos das setas, obrigando que os peregrinos passem por seus estabelecimentos, como restaurantes e cafés, para assim consumirem. Fazendo-os passar por entre armazéns industriais e pela autoestrada, sendo que o correto é um belíssimo bosque, silencioso e rural.

poste de madeita com indicações do Caminho de Santiago

Pórtico do Caminho de Santiago com tinta preta

peregrinos de Santiago num caminho de terra batida e vegetação à volta


peregrinos de Santiago mexendo num a máquina automática de bebidas

Atenção: as alterações também podem acontecer mais prá frente, quando o caminho rural termina, para darmos entrada a uma parte da estrada, mas que logo à esquerda temos que entrar novamente para um bosque. Só que há setas pintadas de negro para nos confundir novamente...


uma seta preta pintada num muro de pedra e um carro amarelo ao fundo

Seta amarela do caminho de Santiago e um caminho de terra batida com vegetação à volta

Desta vez quem nos salvou foi um senhor que nos fez confiar nele pois nos conduziria até o centro de o Poriño pelo Caminho certo. E ainda bem que confiamos nele... e seguimos por uma paisagem linda!

Um senhor e uma peregrina de Santiago num caminho de terra

peregrinos de Santiago caminhando sobre pedras

O Sr. Antonio Galego, que tem orgulho em ser Galego 2 vezes: no nome e na região onde nasceu, conta-nos emocionado que quase todos os dias ajuda peregrinos que são enganados pelas setas e acha injusto que os empresários  da zona façam isto, com pessoas que já estão cansadas de caminhar e ainda teriam que se sujeitar a andar mais kms ao lado da autoestrada.

selfie de 4 peregrinos de Santiago com um Senhor

Com muita emoção nos despedimos deste "anjo" que apareceu no nosso Caminho e dos nossos amigos alemães que guardamos para sempre nos nossos corações... as magias do Caminho

 Já estava quente e ainda nos faltavam aproximadamente 15 kms para chegar ao nosso destino daquele dia e por isso seguimos até Mós, que seria o local onde faríamos um descanso e um lanche...

Vista de uma aldeia por entre uma montanha


rua, escadas e algumas construções de pera estilo da Galiza

A partir de Mós, a subida de aproximadamente 200 metros de altitude e o calor eram fortes, e os pormenores e a paisagem galega eram a nossa distração.

caixa de ferro de correo, de pan e uma plantinha

Uma bora de caminhada usada como vaso de plantas e uma concha do Caminho em pedra


Até que uma vista nos dá o animo final... a pequena cidade de Redondela e a ria de Vigo!

peregrina de Santiago avistando uma cidade ao fundo


Vista de uma pequena cidade e uma ria ao fundo

Antes de chegarmos ao nosso destino, ainda há tempo para observar que assim, como no Minho, aqui  na Galiza, os senhores estão sempre a trabalhar no campo...


homem com enxada na mão a trabalhar o campo

Assim como em Tui, em Redondela, o hotel Pazo Torres de Agrelos tem transfer a partir do centro da cidade até o hotel que está localizado a aproximadamente 2 kms.

Um espaço de Turismo Rural fantástico e repleto de história, a partir de um edifício de meados do séc. XIX, construído a partir das ruínas de um convento franciscano...


Fachada de uma casa palaciana estilo da Galiza

jardim com uma rede de balanço

A principal atividade do Pazo Torres Agrelo é a realização de casamentos e eventos empresarias, mas dispões de 9 quartos confortáveis que recebem os peregrinos que procuram um descanso merecido, num lugar tranquilo, silencioso e para aproveitar e desfrutar de um edifício histórico cheio de pormenores lindos! Perfeito para um dia tão exaustivo e quente.

Cama de um quarto de hotel

E foi lá que reencontramos a nossas adoráveis amigas peregrinas americanas que conhecemos em Agualonga

tabuleiro de xadrez, e ao fundo, homem servindo mulheres sentadas à mesa

mesa com xícara de café, pães, frutas, suco de laranja garrafa de água, fiambre e compotas


E no dia seguinte depois de um reforçado pequeno almoço/café da manhã. estávamos prontas e cheias de energia para mais uma dura caminhada até Pontevedra... desta vez, embaixo de chuva!

Acompanhe!!

#duasBloggers#umCaminho





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