Capela dos Pestanas. Um segredo em estilo neogótico muito bem guardado no Porto.

 

Quem passa pela Rua da Almada no centro do Porto, muito próximo da Praça da República, certamente se encanta com esta pequena capela que nunca está com as portas abertas. Eu sou uma dessas pessoas que nunca cansei de admirar a belíssima fachada que nos remete a um monumento gótico. E sempre tive a curiosidade para conhecer o seu interior.

Na verdade, a capela está sempre fechada porque é privada. Pertence aos descendentes da família que vivia no Palacete ao lado e chama-se Capela do Divino Coração de Jesus.

Atualmente a casa abriga um serviço público mas foi moradia de um grande empresário no séc. XIX, José Joaquim Guimarães Pestana da Silva, e que encomendou o projeto arquitetónico ao Engenheiro José de Macedo Araújo que também havia trabalhado nos edifícios do Palácio da Bolsa e da

Alfândega do Porto.

Através de uma visita organizada pela ACER, tive a rara oportunidade de conhecer este verdadeiro tesouro escondido em pleno centro do Porto.

A visita foi enriquecida pelas explicações do arquiteto José Pedro Galhano Tenreiro, aqui a indicar as imagens de São José e de São Joaquim em pedra na fachada, do renomado escultor Soares dos Reis.

Todos os estilos arquitetónicos da capela, são tardios, uma vez que a mesma foi construída entre 1878 e 1890. Portanto é classificada como neogótica.

O seu interior é impressionante.

A capela é pequena, mas somos capazes de ficar mais de uma hora a apreciar cada detalhe.

A utilização de diversos materiais na decoração, faz um conjunto fantástico.

Os vitrais foram produzidos na Bélgica, as pinturas das paredes são inspiradas na capela de Sainte-Chapelle em Paris. Esculturas em bronze, peças em pedra, lustres  e muitos detalhes a apreciar.

o altar belíssimo

o púlpito em granito é atribuído a Soares dos Reis

A sacristia fazia a  ligação ao interior da casa, visível no jardim que envolve os dois edifícios.

Em 1996 a Capela dos Pestanas foi classificada como Imóvel de Interesse Público e seria fantástico se a mesma fosse aberta ao público, com visitas controladas para assim continuar em excelente estado de conservação, mas que os amantes de história e arte pudessem apreciar tamanho tesouro do Porto.

Para já vale a pena apreciar a sua bela fachada na Rua do Almada muito próximo da Praça da República.