Porto, uma cidade para os amantes da arquitetura.


conjunto de fachadas no Centro Histórico do Porto.

Se existe um assunto que me envolve completamente na cidade do Porto quando ando por suas ruas é a arquitetura. Apesar de mal conseguir desenhar uma casinha, sou uma dessas pessoas amantes da arquitetura que não pára de apreciar todos os estilos que são capazes de nos conduzir por entre os séculos que esta cidade foi surgindo, sobrevivendo a invasões, guerras,crises e que mesmo assim foi crescendo e se tornando esta cidade tão apreciada por arquitetos e estudantes de arquitetura. Não é por acaso que o curso de arquitetura na Universidade do Porto é um dos mais concorridos da Europa, principalmente na área da restauração do património.

A partir da região da Sé e da Ribeira podemos encontrar as construções mais antigas da cidade. Desde vestígios arqueológicos, do período romano, passando pela belíssima construção gótico-românica da Catedral e as casas medievais no seu estado original, até as reconstruções inscríveis que conseguiram recuperar muitos imóveis abandonados e não só, que até bem pouco tempo causavam uma certa tristeza em meio a uma cidade encantadora. Mas é nesta zona da cidade em que as paredes graníticas parecem que contam-nos histórias.

Rita Branco com suas mãos sobre as pedras de granito das paredes das casas do Porto

O Centro do Porto, classificado como Património Histórico da Humanidade pela Unesco, não pode ser alterado, portanto toda a recuperação destes edifícios é feita de maneira que a sua fachada seja mantida com a característica original, por isso  muitas vezes conseguimos ver edifícios que apenas a fachada é escorada e todo o interior é totalmente reconstruído.

Durante um longo período percorri as ruas do Porto acompanhando ansiosa as obras de requalificação do Centro Histórico, que ainda decorrem é verdade, mas já podemos ver muitos edifícios completamente recuperados.

homens em obra de recuperação de edifício no Porto


Fachadas de edifícios no Centro Histórico do Porto

Nos últimos anos, com o crescimento turístico da cidade muitos destes edifícios apresentaram um grande número de apartamentos que eram alugados para turistas que adoravam estar no Centro Histórico a “viver” por alguns dias no Porto.

Devido à pandemia covid-19, que provocou uma queda abrupta no turismo no mundo, segundo a Imovirtual, empresa de venda e aluguel de imóveis, muitos destes apartamentos ou casas passaram a ser alugados a longo prazo ou mesmo vendidos para quem quer morar nestes imóveis que ainda possuem muitas vezes as pedras originais de séculos atrás mas com todo o conforto dos dias de hoje.

Já no séc. XVIII. o barroco explode aos nossos olhos através de muitas igrejas no Centro Histórico do Porto e também em alguns palacetes como é o caso do Palácio do Freixo.

fachada da Igreja dos Clérigos com a Torre dos Clérigos ao fundo


Fachada do Palácio do Freixo


Conforme a cidade foi crescendo, como uma viagem no tempo, outros estilos arquitetónicos apareceram na cidade. O engenheiro João Almada foi o responsável pelo plano urbanístico do Porto e a partir de meados do sec. XVIII grandes edifícios foram surgiram no centro do Porto. Como a antiga Cadeia da Relação, o Palácio da Bolsa, o Hospital Santo António, a nova Alfândega e muitos outros. Todos apresentam uma arquitetura sumptuosa estilo neo-clássico de influência inglesa.


Palácio da Bolsa no Porto

 Na transição para o modernismo do séc. XIX e início do séc. XX, os palacetes surgem na região do Bonfim,  da Foz,  Antas e outras zonas da cidade. São casas imensas muitas delas por entre jardins que pertenceram aos burgueses comerciantes, industriais e os conhecidos brasileiros de torna viagem.

E é também no início do séc. XX que o Porto vê nascer a Av. dos Aliados, no coração da cidade. Uma avenida construída para receber as sedes de várias insituições financeiras e e as nova Câmara Municipal do Porto.


Avenida dos Aliandos no Porto


A partir de 1930/40 aparece no Porto o estilo Art D’eco e muitos edifícios tanto nas regiões centrais e principalmente nas demais regiões residênciais da cidade, com linhas retas vão surgindo e chamam a atenção até hoje. Penso que o mais emblemático desta época é a Casa de Serralves, que se encontra nos jardins da Fundação do mesmo nome. Foi uma residência de um grande industrial do Norte de Portugal e hoje recebe exposições de arte e eventos.

Fachada da casa de Serralves



fachada de edifício estilo art d'eco no Porto

 Ainda na  Fundação de Serralves, encontramos o estilo contemporâneo de Álvaro Siza Vieira, renomado arquiteto do Norte de Portugal, no projeto do Museu de Arte Contemporânea. 

A Casa da Música do arquiteto holandês Rem Koolhaas, na região da Boavista também é um exemplar máximo da arquitetura contemporânea. Um edifício projetado para receber os melhores concertos musicais na cidade e para ser a residência da Orquestra Sinfónica do Norte. É um dos locais que  vale muito a pena fazer  visita guiada  para perceber todos os pormenores da arquitetura relacionada com a sonoridade do edifício.

Casa da Música no Porto

A arquitetura contemporânea  também está presente nas estações de metro do Porto. Concebidas a partir do início do século XXI e com a autoria do também renomado aquiteto da cidade, Eduardo Souto de Mora, estas estações também agradam aos amantes da arquitetura moderna e de espaços públicos.

Como pode ver nesta "viagem" pela arquitetura da cidade do Porto, vale sempre a pena andar pelas ruas da cidade calmamente e de olhos bem atentos. Os estilos arquitetóncos estão todos presentes.

Porque a arquitetura do Porto... encanta!








 

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