Do Porto para Baião. Na Quinta de Covela.
Vinhos verdes, com história. E as lembranças de Eça de Queiroz.
Em Baião, a aproximadamente 80 kms do Porto, na transição entre as regiões produtoras do vinhos verdes e dos vinhos do Douro, encontramos a Quinta de Covela, produtora de vinhos verdes de excelência.
Uma quinta que já pertenceu ao cineasta portuense Manoel de Oliveira, mas hoje está na mão de dois amigos que o destino se encarregou de colocá-los diante de um cenário especial, com vinhas que passaram a produzir os verdes Covela desde 2012.
Dois amigos que se cruzaram no Brasil, que são apaixonados por Portugal e principalmente... por vinhos e que criaram então a Lima Smith e que já estão para além dos vinhos verdes.
Além de serem os proprietários da Quinta de Covela, Marcelo Lima, empresário brasileiro e Tony Smith, jornalista natural de Manchester, são donos da marca Quinta das Tecedeiras que produz vinhos e azeites do Douro e adquiriram a Quinta da Boavista na região do Douro para produzir vinhos tintos de excelência com o nome da Quinta emblemática que pertenceu ao Barão de Forrester, um britânico também apaixonado pelo Douro, responsável por fazer a cartografia daquela região em meados do séc. XIX.
Além disso gerem as vinhas da Fundação Eça de Queiroz em Tormes, Baião, onde se encontra a Casa-Museu do escritor e o restaurante de Tormes.
A Quinta de Covela:
Fui à Quinta de Covela, na companhia das amigas e colegas de trabalho, Luiza Antunes do blog 360meridianos e da Naiara Back do blog Aqueles que Viajam. Tony Smith nos recepcionou com a amabilidade de sempre e contou-nos o percurso desta Quinta que remonta do séc. XVI,
onde ainda encontram-se ruínas da casa principal e onde sob consulta é possível realizar eventos privativos num cenário incrível à volta dos vinhos, da boa gastronomia portuguesa e boa música.
onde ainda encontram-se ruínas da casa principal e onde sob consulta é possível realizar eventos privativos num cenário incrível à volta dos vinhos, da boa gastronomia portuguesa e boa música.
As vinhas da Quinta de Covela, por estarem no limite da região do vinho verde e às margens do baixo Douro, apresentam às típicas plantações do vinho verde, mas com alguns socalcos que nos remetem à paisagem do Douro Vinhateiro.
É daqueles locais que nos fazem lembrar rapidamente a Toscana...
Os Vinhos:
Na Quinta de Covela o vinho tinto não entra. Lá são produzidos exclusivamente vinhos verdes brancos e rosés. Enquanto na década de 90, na antiga administração, os vinhos eram produzidos com uma mistura de uvas nacionais e internacionais, atualmente, os novos donos dos vinhos Covela, privilegiam as castas portuguesas, utilizando cada vez menos, uvas internacionais.
Segundo o Tony nos revela, os seus vinhos seguem o conceito bio, clean e moderno.
O principal mercado consumidor é o mercado português, seguido de Brasil, Alemanha, Suiça, Reino Unido e Canadá.
Posso garantir que são vinhos que combinam perfeitamente com o clima brasileiro.
A touriga nacional, a casta rainha das uvas tintas é utilizada para a produção dos vinhos rosés e na ocasião da nossa visita, tivemos a oportunidade de acompanhar um dia intenso de muito trabalho.
Sem querer atrapalhar o ritmo frenético daquele trabalho tão importante, ajudamos no processo da separação das uvas antes que as mesmas entrem para as máquinas...
belíssimo cacho de touriga nacional |
O Tony, eu, os trabalhadores e os visitantes. Hora de trabalho! |
O enoturismo:
Para fazer a visita à Quinta de Covela, o ideal é agendar com antecedência, mas visitantes de última hora também são bem vindos.
É possível passear por entre as vinhas e conhecer as ruínas do séc. XVI e fazer provas comentadas dos vinhos que podem ir desde a prova Clássica de 3 vinhos até a prova Reserva de 5 vinhos.
Se preferir, pode pedir para harmonizar com uma fantástica tábua de produtos da região.
Tudo no ambiente para lá de acolhedor da Quinta de Covela.
Recentemente, a Quinta de Covela, recebe também visitantes que queiram se hospedar numa das 4 suites, em conceito guest house. Mas há também muitas opções de hospedagens em Baião.
Fundação Eça de Queiroz
A visita à Quinta de Covela, pode ser combinada com a visita à Fundação Eça de Queiroz, a famosa Casa de Tormes que lhe serviu de inspiração para o livro " A cidade e as serras".
A casa pertence à esposa de Eça de Queiroz, e depois da morte do último filho do casal, transformou-se em casa- museu, para onde foram levados todo o espólio e os pertences do escritor que teve uma longa vida diplomática e que por isso, nunca chegou a residir na casa, mas foi algumas vezes até lá.
Não é por acaso que a paisagem e aquele ambiente bucólico lhe tenha servido de inspiração.
As visitas são sempre guiadas de hora em hora onde conhecemos detalhes da vida de Eça de Queiroz, seus pertences pessoais, objetos, documentos, livros, móveis que pertenceram às outras casas onde viveu. E uma curiosa mesa, onde escrevia seus livros... em pé.
objetos pessoais |
Se vem ao Porto ou à região do Douro, programe-se para conhecer esta paisagem linda que ainda pertence à região dos vinhos verdes, conhecendo a Quinta de Covela e a Fundação Eça de Queiroz.
Vinhos, história, livros e encantos!
Quinta de Covela
São Tomé de Covela - Baião
Marcar visitas em:
tl. +351 913 065 691
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Como chegar a partir do Porto:
De carro pela A4 - sair em Marco de Canaveses e ir sentido Baião.
De Comboio: Na linha de Marco de Canaveses descer em Arregos. Par chegar à Quinta de Covela, precisa utilizar um taxi, ou ainda organizar a sua visita À Quinta através de barco à partir da estação.
Se precisa alugar um carro para ir à Quinta de Covela:
Vem para o Porto e região?
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